Carollina da Costa Barbosa

Pesquisadora – Professora – Escritora – Revisora – Mestra em Linguística Aplicada

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Day: March 26, 2022

Culpa e autoconhecimento em tempos incertos

Posted on 26 de March de 202230 de September de 2025 by carollinaterapeuta

Desde o final de março de 2020, vivemos mundialmente uma pandemia que oscila entre flexibilização e lockdowns, seguida por diversos conflitos bélicos ao redor do mundo, sendo o mais recente a guerra entre a Rússia e Ucrânia que, com a entrada de outros países no conflito, revive memórias da Europa de 1940. Essa instabilidade no cenário mundial têm afetado todos nós de forma mais ou menos intensa tanto financeiramente quanto emocionalmente. Ciente das questões financeiras e econômicas pessoais e sociais com imensas desigualdades, irei abordar nessa postagem as questões emocionais referentes aos tempos de incerteza, mais especificamente as questões emocionais que envolvem os relacionamentos intrapessoais (com nós mesmos) e interpessoais (com os outros) a partir de uma visão holística. Culpa e impotência Três sentimentos são muito comuns de surgirem e/ou ficarem mais intensos em momentos de incerteza, sejam momentos de dimensões mundiais ou individuais: culpa, impotência e carência. A culpa e a impotência são emoções fortemente conectadas uma com a outra. Por nos sentirmos incapazes de alterar uma situação desagradável (sentimento de impotência) nos sentimos culpados por ela se perpetuar. Mesmo em casos que vão além de nossa capacidade de ação, como desastres naturais ou calamidades públicas, por exemplo, o grau de empatia que sentimos faz com que os sentimentos de culpa e impotência se desenvolvam, muitas vezes de forma acentuada, pois de fato não é possível que apenas um indivíduo resolva todos os problemas do coletivo. Além disso, não podemos contribuir fazendo a nossa parte se nos encontramos desestabilizados pela culpa. É preciso uma pessoa de pé para ajudar outra a se levantar do chão, caso contrário serão duas pessoas caídas esperando socorro. Por mais que pareça empático, sofrer o sofrimento do outro só aumenta a dimensão total do sofrimento, e em situações de instabilidade o que mais é preciso são pessoas minimamente estáveis que possam ajudar outras a se estabilizarem. É sempre importante lembrar também que o coletivo é feito de um conjunto de indivíduos, e se cada um fizer a sua parte no pouco que lhe cabe, o impacto de todas essas ações juntas é que será refletida no coletivo, logo, a culpa individual única é uma ilusão. Se refletirmos mais um pouco também podemos perceber que mudanças coletivas, assim como as individuais, não surgem da noite para o dia, são uma construção. Desta forma, para que uma sociedade reaja sobre qualquer situação leva tempo, desconstrução e reconstrução de paradigmas sociais. Carência e autoconhecimento: o que é seu e o que é do coletivo Nesse meio tempo entre culpas e desconstruções diversas, o indivíduo também apresenta questões pessoais diante de tantas oscilações. A primeira delas é a sensação de solidão, que se destaca principalmente naquelas pessoas que não estão acostumadas a ficarem em sua própria companhia por muito tempo ou tempo nenhum. Nessa postagem que publiquei ainda no período das primeiras quarentenas de COVID-19, falei sobre a diferença entre solidão e solitude, sendo a primeira a tristeza em estar sozinho e a segunda o deleite da mesma situação. A carência surge principalmente para aqueles que se sentem em solidão, enfatizando sua necessidade constante da presença do outro. Os relacionamentos humanos são essenciais para a espécie sociável que somos, porém podem facilmente funcionar como uma fuga de nosso universo interno. Esse tipo de dependência da presença do outro para bem-estar próprio adoece os relacionamentos interpessoais, além de nos anestesiar para o nosso relacionamento intrapessoal. É bem verdade que em momentos de incerteza, um ombro amigo e uma mão estendida em nossa direção nos ajudam a caminhar, mas ninguém pode fazer por nós aquilo que nos cabe, que é andarmos em cima de nossos próprios pés. A única certeza é a incerteza A única constante da vida é que tudo muda o tempo inteiro. Algumas mudanças são planejadas e outras nos pegam de surpresa, algumas são mais simples e outras mais elaboradas, mas ela sempre acontecem e irão acontecer. É preciso ficarmos em paz com a certeza das mudanças se quisermos passar pela vida sem pesos desnecessários. Fácil falar, difícil praticar. Difícil pela própria forma de funcionamento do nosso cérebro, que tende a rejeitar mudanças por menores que sejam. Mas difícil não quer dizer impossível. Se olharmos para os pensamentos como “hábitos do nosso cérebro” perceberemos que não só podemos mudá-los como já os mudamos diversas vezes e nem nos demos conta. Ao mudarmos a forma como enxergamos as situações que ocorrem conosco ou a nossa volta mudamos nossa atitude perante elas. Ao agirmos com base em uma nova forma de pensar mais benéfica que a anterior temos mais chance de contribuirmos melhor com a nossa parte para a sociedade, que será transformada coletivamente com a união dessas pequenas novas atitudes individuais. Do micro para o macro, sempre.

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CONTATO: contato@costacarollina.com.br

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