(Resenha 2020) Eis aqui a terceira resenha desse mês tão especial👩‍🏫♥️

Em Ensinando a Transgredir, bell hooks tem como foco principal as salas de aula universitárias, mas isso não impede que suas observações também sejam aplicadas em qualquer outro ambiente de ensino. Ela aborda o uso de uma pedagogia crítica na sala de aula e a necessidade de trazermos o corpo para a presença em sala junto com a mente. Em seu ponto de vista, o professor não deve ensinar as teorias libertadoras como se fossem apenas textos bonitos, ele precisa vivê-las. A autora enfatiza tanto a necessidade de se colocar em prática as teorias pedagógicas ensinadas que chama essa prática de Pedagogia Engajada: o ato de praticar o que se ensina.
Bell ressalta a importância do aprendizado mútuo e de reconhecermos que as nossas bagagens de vida e as dos alunos entram na sala de aula. Não existem “recipientes” vazios que precisam ser preenchidos com uma sabedoria absoluta, existem seres humanos com maior ou menor grau de conhecimento teórico sobre determinado assunto e que trabalham seus conhecimentos e estudos através de práticas pedagógicas construtivas para a criação de um bom senso crítico e reflexivo, e é na ativação dessa capacidade que temos a pedagogia libertadora em prática. Além disso, bell também aborda a importância do professor ensinar tendo prazer pelo processo e desconstrói a figura mitológica de Eros, relacionando-a com o prazer pelo aprender e ensinar.
Unindo a pedagogia libertadora com os conceitos de mestre e aprendiz narrados pelo monge budista Thich Nhat Hanh e sua própria trajetória no feminismo negro, bell hooks narra suas experiências de vida, acadêmicas e de magistério mostrando na prática que desconstruir é possível e praticar novas teorias é necessário.

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