É com imenso prazer que fiz parte desse belo trabalho criado pela escritora Luana Schrader! Em “Felizes Agora e Para Sempre” conhecemos Anya e Mikael, dois opostos que inevitavelmente se atraem e abrem espaço para inúmeras histórias (auto)descobertas! Clique aqui e comece a ler!
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Resenha (Book Note) para Cambridge University Press
Já está disponível minha primeira publicação acadêmica! É singela, porém muito significativa. Leia minha resenha (book note) do livro “Global perspectives on youth language practices” para a revista internacional de sociolinguística Language in Society.
Crônica: Sororidade em qualquer idade
©Todos os direitos reservados Nem tenho mais dedos para contar a quantidade de adversidades que me aconteceram depois de publicar essa crônica. E a cada adversidade latente, republico-a de novo e de novo incansavelmente. Minha escrita tem novos planos, estradas e voos, mas minhas crônicas sempre terão um espaço especial. Compartilho esta crônica novamente para que você, mulher que se sente só nessa trajetória, compartilhe e confirme suas companhias. Garanto que irá se surpreender, só não sei como. 12/09/2022 Outro dia estava relendo anotações que fiz do livro Sejamos todos feministas, da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Nesse livro ela conta que na Nigéria, o mais alto ponto de realização social que uma mulher pode chegar é ter um marido. Há até mesmo uma espécie de ditado popular que diz que é melhor ter um mau marido do que marido nenhum, mesmo esse “mau” podendo significar muitas coisas. Sou brasileira, mulher, escritora, professora, estudante de pós-graduação e quanto mais eu busco entender o porquê de ainda existir esse tipo de validação social mesmo com as mulheres já se dedicando a outras partes de sua vida, vejo também que esse tipo de valorização se replica. Não é só na Nigéria que se alimenta a ideia de que conquistar um marido é o suprassumo da vida de uma mulher. Também vejo isso no Brasil, porém, em alguns círculos, de modo mais velado. Sou de uma geração de mulheres que se dizem feministas em alto e bom som, vão a passeatas, compartilham postagens na internet e até têm fotografias de pensadoras penduradas nas paredes do quarto ou da casa, mas na hora de pôr o discurso em prática tudo muda de figura. É fácil fazer correntes de Facebook, WhatsApp e Instagram apoiando aquela famosa X na causa Y, se solidarizar com a realidade da moça A, festejar o sucesso da moça B, mas não é tão simples fazer o mesmo quando essa moça é sua vizinha, sua parente, sua amiga ou colega de trabalho. Uma união que deveria ser do micro para o macro fica apenas no macro, apenas na realidade aparente, pintando figuras e afetos que não se sustentam além dos 15 segundos de um stories. Já ouvi mulheres mais velhas comentarem dessa mesma falta de união entre suas colegas de geração, porém, ao menos no caso delas, é algo mais exposto. É dito na cara, ou melhor, logo se vira a cara. É doído e triste, mas ao menos é honesto. Antes fossem todas assim, diretas e honestas em qualquer idade. Já ouvi que sou “muito focada no que eu faço” em tom de crítica e que estaria tudo bem faltar a uma reunião de amigos se eu fosse em um casamento, mas jamais por motivos de trabalho. Acontece que nenhum dos pouquíssimos e brevíssimos relacionamentos que já tive — e não gostaria de ter nenhum de volta — chega aos pés da paixão que tenho pelo que faço. Veja bem, não sou contra ter uma companhia, de preferência uma que seja boa, mas acredito que fazer disso o centro das realizações de uma mulher já não cabe mais. Talvez alguns séculos atrás, quando ainda éramos vistas como uma propriedade passada de pai para marido e de marido para filhos, mas hoje já temos uma meia dúzia de direitos que nos garante certa autonomia. O curioso é que, de todo peso e cobrança social existente, o que as mulheres podem exercer umas sobre as outras é o mais dolorido. Celebrar as conquistas profissionais de uma mulher tanto quanto celebram as demonstrações de afeto deveria ser algo mais comum em nossa sociedade. Mais do que isso, deveriam celebrar nossa inteireza. Celebrar a mulher que decidiu ser dona de si mesma, que traçou seu próprio caminho, que escolheu não fazer de um alguém a razão da sua vida, mas partilhar a vida que já tem com outro alguém que valha a partilha. Desejo que a sororidade saia da teoria para a prática e que as ideias de tantas pensadoras tome forma sólida em nossa sociedade e deixem de ser só palavras. Desejo que as mulheres possam celebrar cada vez mais a si mesmas e umas às outras. E, leitora, se ninguém ainda te disse isso hoje, saiba: eu celebro você! Originalmente publicada em: https://feminarioconexoes.blogspot.com/2022/09/linguagem-do-batom-vermelho-por.html
Bienal do Rio 2017 – Mesa Redonda Carreira Literária – Escritor Profissional
No mesmo ano em que estive no lançamento do livro Rio para Não Chorar, também participei da Mesa Redonda do grupo Carreira Literária, na qual cada um dos participantes falou um pouco sobre suas experiências como escritor, revisor e/ou redator. Também foi através do projeto Escritor Profissional que publiquei meu primeiro conto, Capuccino, na coletânea da Turma 5. Foi mesmo um evento incrível! Leia aqui meu conto gratuitamente
Bienal do Rio 2017 – Revisão de apoio do livro “Rio para Não Chorar”, de Marcio Sampaio
Revisar o livro da Isabel me fez relembrar do meu primeiríssimo trabalho de revisão literária: minha participação na equipe de revisão de apoio da obra Rio para Não Chorar, do autor Marcio Sampaio. Assim que entrei para a graduação em Letras: Português-Inglês em 2015, comecei a fazer trabalhos freelancers de tradução e revisão de textos diversos. Me candidatei para essa proposta de trabalho de revisão de apoio em 2016, na qual minha tarefa era ler o livro e identificar, como carioca e moradora da cidade do Rio de Janeiro, os locais mencionados na história e relacioná-los com o tempo histórico no qual a narrativa acontece. Fui não só chamada para participar da equipe como também, em 2017, representei o autor na Bienal do Rio no estande da Chiado Editora por precisar estar ausente do evento para o lançamento do seu livro em sua cidade natal. Rio para Não Chorar é um livro que se passa no Rio de Janeiro de 1980-90 com uma história social sensível e tocante do menino Tomaz, desde sua terna infância à idade adulta. Foi uma experiência e tanto! Recordando, não pude deixar de compartilhar essa bela memória por aqui. Adquira aqui o e-book Adquira aqui o livro físico
Revisão do livro “Minha maternidade atípica”, de Isabele Muniz Corradini
Minha primeira revisão de um livro completo não podia ser mais emocionante! Neste livro, Isabel narra os desafios e bênçãos de sua história como mãe de uma menina especial. É uma narrativa sobre (auto)transformação e muito, mas muito amor! Fico imensamente feliz de saber que fiz parte desse belo projeto! Clique aqui para adquirir seu exemplar
Pausa nas postagens
ATUALIZADO 13/08/2023: Agora todos os meus textos disponíveis online (no meu site, no Feminário Conexões e outros espaços) estão registrados sob a Lei de Direitos Autorais nº 9.610. Qualquer uso sem meu consentimento ou menção sem referência não é permitido. Queridos/as/es, Nos últimos tempos tenho passado por situações desagradáveis envolvendo a divulgação das minhas lives, textos e produções públicas online. Está cada vez mais frustrante divulgar textos, pensamentos, ideias e conexões e ver “versões” desse conteúdo serem absorvidas por terceiros sem nenhuma referência à fonte de suas ideias. Pode não ser plágio descarado, mas para quem compartilha conteúdo com autenticidade é frustrante e desgastante. Por essa razão, estou dando uma pausa no compartilhamento de textos e ideias nas redes sociais e no meu site para focar na escrita e publicação oficial dos meus livros e da minha pesquisa, que são espaços de fato seguros nos quais a autoria não pode ser ignorada. Obrigada a todos/as/es que me acompanham e de fato torcem por mim. Seguimos juntos/as/es! Com carinho e respeito, Carollina Barbosa
Yoga Facial: O que é e quais são os benefícios
Yoga Facial é um conjunto de movimentos de alongamento para o rosto que, unidos às técnicas de acupuntura e massagem facial, trazem excelentes benefícios para a saúde da pele e dos músculos faciais. Não é exatamente uma ginástica facial, funciona mais como uma espécie de drenagem linfática do rosto porque estimula a circulação sanguínea, relaxa os músculos e diminui o inchaço causado pela retenção de líquido do corpo. O Yoga Facial tem sido muito falado principalmente por suavizar linhas de expressão, evitar o envelhecimento precoce dos músculos da face e evitar a flacidez — fruto da atrofia e falta de movimento. Também é um ótima alternativa para aliviar dores de cabeça e dores no maxilar causadas por bruxismo ou apertamento dos dentes. Estamos muito acostumados a pensar na aparência através dos procedimentos cirúrgicos, injeções ou excesso de cosméticos, porém a Yoga Facial é um procedimento 100% natural que além de saudável também nos proporciona uma boa aparência. Quando digo “boa aparência” me refiro à um rosto desinchado, hidratado e descansado. Existem vários livros e técnicas de Yoga Facial, mas também há muito conteúdo gratuito na internet sobre o assunto. No entanto, é bom ter em mente que não existe fórmula mágica para impedir a passagem do tempo nem suas marcas em nossos corpos. O que podemos fazer é nos cuidarmos com o máximo de amor, carinho e respeito para que nosso corpo não sofra com sobrecarga desnecessária de toxinas ingeridas ou produzidas por ele e que pode se refletir também em nossa aparência. A saúde do corpo aparece principalmente nos laudos médicos, independente do estereótipo físico que se tenha em mente. Mas no caso do rosto, é visível quando dormimos pouco, comemos mal ou bebemos pouca água, por exemplo. O Yoga Facial não vai fazer milagre pelo seu rosto se você não cuidar da sua saúde de outras formas também. Os exercícios são apenas uma parte do conjunto de atividades e atitudes que devemos tomar se quisermos ter uma vida saudável. Exercitamos o corpo do pescoço para baixo, mas não devemos esquecer que nosso rosto, nosso cartão de visitas, merece tanta atenção quanto. Deixo abaixo alguns vídeos de canais que tratam do assunto e apresentam vários exercícios: Letícia Camara – Beleza Consciente Sônia Filgueiras – Terapeuta Ayurvédica Maitê Proença – Rotina de Yoga Facial Pessoal
O que faz um profissional de Letras?
Nós podemos trabalhar em diversas frentes: Em qualquer área profissional, é normal que tenhamos um foco específico, mas isso não exclui as outras possibilidades de trabalho que sua área oferece. Sendo assim, sempre busco valorizar o meu serviço e o dos outros, honrando todo tempo de estudo e dedicação para saber o que sabemos e chegar onde estamos. Não aceito dar de graça o que é o meu ganha pão e muito menos troco “amizade” por serviços. Acredito que uma amizade sincera fará questão de prestigiar o meu/seu trabalho. Tem uma frase de Cacilda Becker que me inspira muito para manter essa postura, pois com certeza ela não seria quem foi se não respeitasse o valor do seu trabalho. “Não me peça para dar de graça a única coisa que tenho para vender.” *imagens e montagens autorais
Crônica: Infância
©Texto autoral. Todos os direitos reservados Esses dias cruzei com um meme de internet que dizia “Nunca foi timidez, sempre foi falta de interesse” e, com um sorriso meio de lado meio debochado, fui levada às minhas memórias de infância. Sempre fui classificada como uma menina muito tímida, embora vez ou outra fosse respondona (ou insubmissa, como preferir). Até tive um pai rigoroso, mas também nunca fui atraída por festanças — se assim fosse, teria dado meu jeito de ir em muitas. Sempre fui atraída pelos livros e muito questionadora. A escola sempre foi meu sétimo céu e os professores, os adultos que eu mais admirava. Nunca vou esquecer de um professor que fez a turma toda ficar em silêncio só para eu fazer uma pergunta porque eu raramente fazia perguntas na aula dele. Lembro de conhecidos que diziam para os meus pais e cuidadores que eu era “estranha” e “devia socializar mais” e como eles se preocupavam com isso. Não queriam que eu me sentisse excluída. O que não entendiam é que eu me excluía por vontade própria. Achava a maior parte das pessoas a minha volta vazias. Adultos inclusos. Uma mistura dos Inocentes do Leblon de Drummond com uma miopia estranha de não olhar o que vai além da ponta do próprio nariz. Não os culpo, veja bem, apenas reproduziam o que socialmente absorveram: a necessidade de caber em caixas. Vestiam suas fantasias como em um eterno carnaval e queriam que eu escolhesse a minha, e esta incluía: falar com quem eu não gostava, bajular quem eu não admirava, rir do que eu não achava graça, me cercar de pessoas que não me significavam nada. Essa fantasia nunca me coube, sempre foi apertada demais. Quando eu era criança eu gritava e esperneava, depois de alfabetizada fiz das folhas em branco e dos livros escritos minha segunda casa. Como sou grata aos meus pais e cuidadores pela paciência que tiveram! Não me podaram, direcionaram. A vida foi passando, fui estudando e encontrando meus iguais. Hoje, mestranda em universidade federal, escritora publicada e professora, olho para trás e sorrio um sorriso largo, uma risada gorda de satisfação por nunca ter me encaixado em lugar nenhum. Só assim pude descobrir o caminho ao qual eu já pertencia. Há quem hoje em dia, ao ver minhas lives e saber da profissão que escolhi — professor fala pelos cotovelos, não tem jeito — , diga que “mudei muito” e “estou melhor”. É, algumas pessoas serão eternamente inocentes, mesmo não estando no Leblon. Nunca foi timidez, sempre foi falta de interesse. E hoje, em muitos, muitos casos, ainda é. fotos de alguns escritos da minha infância
Resenha em vídeo: Das Tarefas Domésticas, de Paula Quintão
Nesse livro, Paula nos apresenta o invisível por trás do invisível, ou como ela diz “o rio que corre embaixo do rio” das tarefas domésticas. Muitas vezes invisibilizadas e até rejeitadas por outras mulheres, as tarefas domésticas são pilares que nos possibilitam manter certa ordem dentro e fora de nós, além de nos abrir para uma conexão mais sutil com a ancestralidade das mulheres da nossa família. Ao enxergarmos a importância dessas tarefas, também enxergamos a importância dessas mulheres e trazemos suas memórias para perto de nós, dentro de nós. É a casa como um lugar sagrado, o sagrado no dia a dia, nos pequenos detalhes — porém não tão pequenos — do nosso interior que permite nosso exterior existir. Acompanhe Paula Quintão: Instagram Site YouTube
Resenha em vídeo: Wabi Sabi, de Beth Kempton
Clique e assista minha resenha em vídeo sobre o livro Wabi Sabi, de Beth Kempton. Já deixo adiantado o quanto adorei e recomendo a leitura!
Dica de filme: O Dilema das Redes
Tão bom quanto compartilhar dicas de livros através das resenhas que faço, é compartilhar também o que assisto. Resolvi estrear aqui no site um novo quadro de Dicas de Filmes, mas também me sinto livre para indicar séries e até mesmo canais do YouTube, se assim eu desejar. Serão dicas informais, apenas baseadas no meu gosto e no que eu achar relevante. Espero que gostem! O Dilema das Redes Já vi esse documentário umas três vezes, duas sozinha e a terceira com uma turma de alunos meus. O filme é um documentário que mostra como funcionam as redes sociais, em especial tudo que envolve o funcionamento dos algoritmos e a monetização de conteúdo e anúncios. Ex-funcionários de empresas como Twitter, Google, Facebook e Instagram (atual Meta) que trabalharam na parte de programação e criação de algoritmo para essas empresas falam sobre como começaram com essas criações e o que foi acontecendo após esses novos recursos serem criados. Em resumo, os algoritmos têm vida própria e prender a atenção do usuário pelo máximo de tempo possível nessas plataformas passou a ter grande valor comercial, o que deu origem a monetização de anúncios em larga escala. Um dos entrevistados afirma “se você não está pagando pelo produto, há grandes chances que você seja o produto”, ou, no caso, sua atenção. O documentário fala também da forma distorcida que as redes sociais influenciam as pessoas e as sociedades, a ponto de influenciarem eleições presidenciais. Ele narra o impacto do micro para o macro, do universo interno de crenças de uma adolescente em relação a sua aparência até às fake news que impactaram diversas decisões políticas ao redor do mundo. Aproveitando o tempo de férias, indico esse documentário a todos que são ativos nas redes sociais. Não para que tenham horror a elas ou deixem de utilizá-las, mas para que não as utilizem com olhares inocentes como se fossem simples plataformas de socialização online. As redes sociais são espaços públicos, tão públicos quanto andar na rua — talvez nelas estejamos até mais expostos — e acredito que precisamos ter consciência disso e de como elas funcionam para desfrutarmos desses espaços com sabedoria.
Resenha: “De Repente, Natal”, de Luana Schrader
Em De repente, Natal, Luana Schrader — autora dos romances Serendipity e Fios do Destino — estreia com sua primeira coletânea de contos natalinos, trazendo para o leitor um pouco da atmosfera mágica do natal em quatro histórias de contextos e personagens distintos. No conto Chalé para dois, a autora apresenta a história dos colegas de escritório Melanie Abrams e Ethan Archibald, dois personagens avessos ao natal e que não se dão muito bem. No entanto, ao se verem forçados a compartilhar a companhia um do outro desde o voo para fugirem do natal de Noa Iorque até a estadia dos chalés de inverno, descobrem que podem apreciar a companhia um do outro muito mais do que imaginavam. Em Surpresa de Natal, Olive encontra um filhote de cachorro abandonado amarrado em um poste numa bela e fria manhã londrina enquanto estava presa em um engarrafamento. Ao socorrê-lo, encontra Henry, um veterinário que também iria socorrer o animalzinho. Ao ver que Olive iria adotá-lo, Henry se oferece para examiná-lo o quanto antes e ambos descobrem que podem ter muito mais coisas em comum além do seu amor pelos animais. Entre cigarros e croissants, um beijo de Natal conta a história da portuguesa Catarina que decide tirar umas férias da sua vida indo passar o natal sozinha em Paris. Desde seu desembarque, seus caminhos têm cruzado com os do francês Gustave, que mora em Lyon e estava apenas de passagem por Paris. Dois desconhecidos que sabiam pouco mais do que os nomes um do outro, mas decidiram dar uma chance ao destino e às surpresas do natal parisiense, mesmo que a magia não dure para sempre. Por fim, Um presente de Natal apresenta a história de Sofia que, após o difícil fim de um longo relacionamento amoroso, é premiada com uma viajem à cidade de Gramado com tudo pago no estilo da Fantástica Fábrica de Chocolate. Durante a viagem ela conhece Odete, que com sua história de vida irá transformar magicamente o rumo da vida de Sofia. São histórias ao mesmo tempo mágicas e humanas. Quatro contos curtos de leitura leve e fluida que nos mostram, acima de tudo, que a magia do natal está dentro de nós, apenas precisamos nos permitir vivê-la. Indico esse livro para todos que gostam de histórias natalinas e querem se sentir ainda mais envolvidos por essa atmosfera nesse final de ano. Clique aqui para conhecer e adquirir os livros da autora
Resenha: Fios do Destino, de Luana Schrader
Em seu segundo romance, Luana Schrader — autora do romance Serendipity — apresenta a personagem Marianna voltando para sua cidade de Alvorecer do Sul (cidade fictícia localizada no interior do sul do Brasil) 12 anos após tentar fugir do que vivera por lá. Tendo que dar adeus à sua antiga vida na Itália por conta de um trágico acidente do qual foi uma das poucas sobreviventes, Marianna volta ao Brasil para resolver pendências acumuladas do falecimento de sua avó e se depara com uma nova vida “pronta” para ser vivida. Sem conseguir dar conta do recente acidente que passou, e muito menos dos problemas mal resolvidos que começam a ressurgir logo que chega em sua cidade natal, Marianna diz a si mesma que é melhor “seguir o fluxo” dos dias até terminar de resolver as pendências de falecimento o quanto antes e poder voltar para a Itália e recomeçar por lá. No entanto, a viagem que era para ser uma breve passagem passa a ser cada vez mais prolongada, à medida que retoma o contato com seus amigos e conhecidos de infância da antiga cidade e, claro, com as mágoas guardadas de um relacionamento interrompido por ela anos atrás. Há muitos desdobramentos e reviravoltas ao longo da história, sendo Marianna e Afonso os personagens e casais mais intensos — de todas as formas possíveis. O romance é narrado em primeira pessoa e o universo interno de Marianna é o grande protagonista da história. Conflitos entre um passado trágico, presente ameno e futuro incerto fazem a personagem oscilar entre seus medos e desejos, mas, por fim, sempre tomando suas decisões buscando honrar sua liberdade e a chance que a vida lhe deu de recomeçar. A atmosfera mágica que dá nome ao livro fica por conta das expressões da natureza e das manifestações do cotidiano que se desdobra para Marianna quando ela decide viver um dia por vez. Desde a lenda chinesa Akai Ito, que fala sobre um fio vermelho que conecta pessoas e corações, até a onipresença de sua querida avó, a sutileza das sincronicidades reforçam, para a personagem, a importância de fazer valer seu renascimento em vida seguindo em frente, fazendo as pazes com seu passado e escolhendo os melhores caminhos para continuar realizando seus sonhos. De escrita fluída e rica em detalhes, Fios do Destino é uma leitura leve, porém com cenas de acidentes, aborto e abandono que podem ser gatilhos para alguns leitores, então é importante deixar clara essa informação. No que diz respeito ao design do livro, o Faraglioni da ilha italiana de Capri é a imagem que ilustra a capa, o início de cada uma das 4 partes da história, o epílogo e é também um dos cenários principais da história, ao lado de Alvorecer do Sul. O tamanho da fonte é confortável para os olhos e a divisão das cenas é marcada com uma pequena ilustração de avião, o que facilita a leitura dos capítulos longos e não nos deixa com aquela agonia de “preciso terminar o capítulo de qualquer jeito”, já que podemos parar em qualquer parte sem nos perdermos. Indico Fios do Destino para quem gosta de romances românticos, mas nem tanto, e quem gosta de ler com a sensação de que está vendo um filme. Cheiros, texturas, cores, sabores… Um tipo de escrita que também está presente no romance de estreia da Luana, Serendipity, e que faz o leitor mergulhar na história como quem mergulha nas águas de Capri.